segunda-feira, 25 de junho de 2012

Dinheiro, benção ou maldição?

Russell Shedd


Paulo afirma que o amor ao dinheiro é raiz de todos os males (1 Tm 1:10). Por que será que nenhuma sociedade escapa dos grandes males criados pelo sucesso? A resposta estaria no fato que o narcisismo acaba minando todos os valores. O servo desta preocupação com nosso bem-estar é o dinheiro que tem a força para nos captar em sua rede, ainda que de outro modo que um animal que é capaz de tirar sua própria perna para se libertar de uma armadilha. Não ignoramos que o dinheiro é um valor que pode abençoar quem recebe ou dá. Paulo escreveu em sua Segunda Carta aos Coríntios sobre a importância do dinheiro para socorrer os necessitados (capítulos 8 e 9).

Queremos entender melhor o que a Bíblia tem para nos dizer a respeito desta tão útil e perigosa ferramenta para fazer o bem como o mal.

A Bênção do Dinheiro

Quando Deus criou o homem, o abençoou e deu a ele o privilégio de dominar, mas sempre como mordomo do Senhor (Gn 1:28). Apos a queda, o desejo pelo domínio cresceu e rapidamente a humanidade se esqueceu da responsabilidade de usar as coisas materiais para a glória de Deus e para o bem de todos.

Quando Jesus ensinou que é mais abençoado dar do que receber (Atos 20:35), fica sem dizer que é necessário receber primeiro para poder dar. A fonte de tudo que recebemos é Deus. Sua generosidade se manifesta todo dia em que Ele providencia as condições para produzir produtos de toda espécie para manter a vida, além de tudo que seja útil para manter a proteção e conforto. Toda atividade econômica depende do Criador que supre as condições necessárias para realiza-la.

Deus nos criou para gozar de vida corpórea e espiritual. Posses devem sustentar a vida do corpo – casa, alimento, transporte e fornecer mil outros produtos. Os livros que comunicam a verdade eterna às nossas mentes são apenas um exemplo. Paulo refere-se à bondade de Deus ao declarar para o povo de Listra, “não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria” (At 14:17). A benção de Deus sobre o mundo material, em benefício do homem, é um sinal do amor de Deus por todos. Dinheiro fornece um meio eficiente para distribuir os benefícios doados por Deus e repassar a fartura para os necessitados.

Jesus confrontou o jovem rico com a surpreendente declaração que somente vendendo tudo que tinha e dando o resultado aos pobres, teria o privilégio de ser Seu discípulo e ganhar a vida eterna (Mc 10:21). A benção seria rejeitar o amor ao dinheiro e em seu lugar alcançar um amor real pelo próximo. O sacrifício material no tempo presente garantiria a benção maior no futuro – “terás tesouro no céu”. O galardão que aguarda todos que ajuntam tesouros no céu é glorioso e seguro (aí não há ladrões, nem qualquer tipo de destruição de perda, Mt 6:20). “Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (v. 21)

Fica eminentemente claro que a única maneira de mandar riqueza para o céu é usando dinheiro para beneficiar os necessitados; pode ser materialmente ou espiritualmente. Dar generosamente aos necessitados é o melhor de todos os investimentos. Seu retorno será grande e sua felicidade eterna.

A Maldição do Dinheiro

O apego aos valores materiais assedia a maioria dos homens. Possuir dinheiro e tudo que ele pode comprar dá satisfação e segurança. O desejo de adquirir mais do que necessitamos, alimenta o egoísmo natural que faz parte do mundo que a Palavra de Deus nos proíbe amar (1 João 2:15). O avarento não tem herança no reino de Deus (1 Co 6:10). “O amor ao dinheiro é raiz de todos os males” (1 Tm 6:10). Basta notar a freqüência de notícias de corrupção nos altos escalões do governo, para perceber que dinheiro é uma forte fonte de tentação.

A maldição das posses é muito sutil. Poucas pessoas reconhecem o seu perigo. A maioria pensa que ganhar mais dinheiro demonstra a benção de Deus sobre a vida. Nalguns casos é verdade. Mas, na realidade, a falta de dinheiro pode ser o caminho da benção, porque humilha, rebaixando os homens ao nível de mendigos. Tornam-se dependentes da graça de Deus, e alvos do amor dos irmãos na fé. A maldição invade nossas igrejas se não há generosidade. A prática da igreja de Jerusalém não nos incentiva a cuidar dos órfãos e viúvas, mesmo diante da declaração que “religião pura e sem mácula” é cuidar dos órfãos e viúvas (Tg 1:27).

Um dos casos bíblicos mais impressionantes relata a conseqüência maldita da mentira de Ananias e Safira (Atos 5:1-11). Este casal crente, da igreja de Jerusalém, vendeu uma propriedade. A avareza os levou a concordar em reter uma parte do preço e oferecer a Deus o resto. Mentiram, afirmando que a quantia depositada “aos pés dos apóstolos” era o preço todo. O resultado foi a morte sumária dos dois. Por que? Não foi porque não ofereceram tudo para o Senhor, mas porque mentiram, desejando apresentar-se mais desprendidos do que na realidade foram.

Outra surpresa na Palavra é descobrir que é possível distribuir todos os bens entre os pobres sem amor (1 Co 13:3). Se assim for, não há proveito nenhum para o doador. Com isto Deus quer nos ensinar que podemos dar com motivos errados. Sacrifício material, sem amor, não agrada a Deus e não acarreta benefício algum para o doador. Seguramente muitos filantropos oferecem somas grandes para acolher aos necessitados, mas eles não recebem nenhum proveito diante do Juízo do universo. Joan Kroc, herdeira da fortuna da cadeia mundial de lanchonetes McDonald’s, doou ao Exército de Salvação de San Diego, na Califórnia, 80 milhões de dólares. No juízo final será revelado se a Sra. Kroc terá algum benefício em troca desta razoável oferta.

Conclusão

O privilégio de ser mordomos de Deus, pelo uso das riquezas deste mundo, deve nos segurar diante da tentação da avareza. A maldição do dinheiro somente se transforma em benção quando o Espírito Santo produz o seu bendito fruto em nossas vidas. Esse fruto é amor e benignidade (generosidade) (Gl 5:22). Vence-se a maldição por meio do Espírito de Cristo que cria uma vida em benefícios dos outros em lugar do narcisismo feroz.

Publicado em www.sheddpublicacoes.com.br juntamente com outros ótimos textos do Dr. Russel Shedd.

domingo, 24 de junho de 2012

Obrigado, amigos.



Aos amigos com amor.



Os amigos fazem parte especial de nossa vida, são uma das manifestações do amor de Deus, que se desdobra durante toda nossa vida criando relacionamentos duradouros e prazerosos, quero relatar estes simples versos dedicando a todos os que conheço e que considero como amigos, todos que amo.

Quero um amigo como Paulo, que seja fiel e simples porem forte e companheiro.

Quero um amigo como João, que seja como um pai na sua velhice, que me aconselhe me dê, e mostre amor.

Quero um amigo como Pedro, mesmo fazendo tanta bobagem é alguém verdadeiro.

Quero um amigo como Tomé, por que um amigo como ele? Graças a Deus por Tomé, ele ajudou meu Cristo a provar aos apóstolos que era ele mesmo, não gosto da falta de fé, mais se ela contribuir para a gloria de Deus, amem.

Quero um amigo como Malaquias, que me ajude a profetizar contra sacerdotes caídos.

Quero um amigo como Zacarias que me ajude a discernir coisas espirituais.

Quero um amigo como Ageu, que me incentive a continuar fazendo meu trabalho mesmo no meio de grande dificuldade.

Quero um amigo como Sofonias, que ameace, mais que no final sempre traga esperança.

Quero um amigo como Habacuque, que seja alguém que brilha na certeza de que Deus vai agir.

Quero um amigo como Naum, que zele por mim assim como um profeta zela por seu povo.

Quero um amigo como Miquéias, que se meta na minha vida quando tudo vai mal mais principalmente quando vai bem.

Quero um amigo como Jonas, chato e metido a besta, mais que no final entende a vontade de Deus. ( tenho alguns amigos assim, gosto especialmente deles.)

Quero um amigo como Obadias, que fique chateado quando alguém me machuca e que traz uma palavra de animo na minha tristeza.

Quero um amigo como Amós que nem queria ser amigo-profeta do povo, mais acabou apaixonado pela palavra de Deus a seu povo.

Quero um amigo como Joel, que tenha uma palavra que queima meu coração e faz pensar em dias melhores.

Quero um amigo como Oséias, sofredor como eu, só assim pra me entender.

Quero um amigo como Ezequiel, mesmo exilado continuou com um coração voltado pra Deus.

Quero um amigo como Jeremias, chorão por excelência, o mais humano dos profetas.

Quero um amigo como Isaias, que me fale apaixonadamente de Jesus.

Quero um amigo como Salomão, sabedoria e conhecimento de Deus são essenciais em um amigo.

Quero um amigo como Davi, que me inspire com experiências de vida.

Quero um amigo como Natã, que me olhe nos olhos e diga que estou errado, que não tenha medo de mim porque pareço ser alguma coisa, Deus sabe que não sou nada, que não me condene nem me evite mais que me ajude a levantar, se eu demorar a me erguer que sente comigo no chão.

Quero um amigo como Samuel, que seja conselheiro e bondoso.

Quero um amigo Sansão, errou de mais, mas no final voltou pra Deus. (grande alegria quando alguém volta)

Quero um amigo como Gideão, mesmo duvidando deu passos de fé e alcançou a vitoria.

Quero um amigo como Josué, que não desiste de seguir a Palavra de Deus.

Quero um amigo como Moises, que interceda por mim, e me aceite como sou, que me olhe com misericórdia e seja humilde, porque do povo sou e não almejo sair do meio dele.

Quero um amigo como José, que me perdoe quando eu pisar no seu calo, afinal ninguém é perfeito.

Quero um amigo como Jacó, preocupado com sua família.

Quero um amigo como Isaque, cheio da promessa de Deus.

Quero um amigo como Abraão, que me ensine o que é verdadeiramente amizade, ele foi chamado amigo de Deus. (esse cara sabe o que é amizade)

Quero um amigo como Noé, no meio de uma geração acabada é uma luz brilhante.

Quero um amigo como Enoque, foi fiel até que um dia sumiu, Deus levou ele pra junto de si.

Quero um amigo como Adão no começo foi bem, caiu, mais um amigo maior teve compaixão dele e de seus filhos, dos quais eu sou um.

Quero um amigo como Deus, não posso achar, eu sei, mais vejo a expressão, um pequeno relance da grandeza de sua amizade em todos que me amam, assim posso humanamente desfrutar de intima comunhão.

Quero um amigo como Jesus, sei também que não posso achar na terra, sacrificou-se por mim de forma a não querer nada em troca.

Quero um amigo como o Espírito Santo, que sempre esta comigo, não importa a circunstancia, sempre esta comigo.

Sou só um humano querendo compartilhar vida, sendo amigo, pois até a palavra diz que existem amigos mais chegados que irmãos.

A todos os que amo.

Roberval J.A

sábado, 23 de junho de 2012

O jumento e a BMW.



Jesus e a BMW


Muitos estão indignados com um vídeo publicado no YouTube em que uma cantora gospel (filha do líder de uma grande igreja de Belo Horizonte-MG) e seu marido fazem afirmações fúteis a respeito do Senhor Jesus e seu ministério terreno. O rapaz chega a afirmar que o jumento montado por Jesus era uma espécie de BMW da época, e que Ele só teria nascido numa estrebaria porque não havia vagas nos hotéis!

Há uns vinte anos, mais ou menos, os pastores que priorizavam as riquezas eram duramente criticados. Hoje, líderes de grandes ministérios e seus célebres familiares — o nepotismo eclesiástico também se banalizou, nesses tempos pós-modernos — dizem, sem nenhum constrangimento, que Jesus era rico e desfrutou do bom e do melhor neste mundo. E ai dos que discordarem! Serão tachados de miseráveis, frustrados, invejosos... Isso para dizer o mínimo, pois os fãs de celebridades (que não são, evidentemente, seguidores de Jesus) costumam chamar os críticos dos seus ídolos de filhos da... (piii) ou mandá-los para p... (piii) que p... (piii), etc.

Nota-se que o jovem casal mencionado tem aprendido com quem bebeu nas fontes escuras e turvas da teologia da prosperidade. Sua “visão de Reino” é a mesma de famosos telepregadores do mercantilismo da fé, como Kenneth Copeland, Frederick Price, Benny Hinn, Morris Cerullo, Mike Murdock e John Avanzini. Todos estes asseveram que Jesus usava roupas da moda (de corte especial, sem costura), tinha uma ótima casa, grande o bastante para receber os seus discípulos. Price, inclusive, afirma que dirige um Rolls Royce porque está seguindo os passos do Mestre. Para esses telemilionários, o Senhor tinha um tesoureiro porque seu ministério arrecadava muito dinheiro!

Um único versículo bíblico colocaria por terra todas as aludidas invencionices a respeito de Jesus: Mateus 8.20. Aqui, o Senhor afirma: “As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20). Mas é bom observar a profecia de Zacarias 9.9 acerca da entrada triunfal do Rei em Jerusalém. Ao montar em um jumentinho, Jesus demonstrou a sua humilidade e a sua pobreza (2 Co 8.9; Fp 2.5-8).

Alguém poderá argumentar: “Na Bíblia não há promessa de prosperidade ao povo de Deus?” Sim. Mas a prosperidade bíblica não é reducionista; sua ênfase não recai no materialismo. A palavra “prosperidade”, do latim prosperus, significa “feliz, ditoso, florescente”. E, nesse sentido, a Palavra de Deus afirma: “O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro do Líbano. Os que estão plantados na Casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes” (Sl 92.12-14).

Segundo a Bíblia, florescer como uma árvore significa prosperar em todos os sentidos (Sl 1.1-3) e dar muito fruto (Jo 15.1-5). Ora, uma árvore não cresce apenas para cima ou para os lados; cresce também para baixo; tem raízes. Essa é a prosperidade que o Senhor quer dar aos seus filhos: um crescimento em todas as direções. É um grande engano encarar a prosperidade material como um fim em si mesmo (Mt 6.33).

Por que a teologia da prosperidade faz tanto sucesso, atrai multidões e encontra pronta aceitação no coração das pessoas? Porque os seus propagadores, à semelhança dos falsos profetas de Israel, descobriram a mensagem que o povo quer ouvir! Em Ezequiel 13.10-19, está escrito: “andam enganando o meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz [...] os profetas de Israel que profetizam de Jerusalém e veem para ela visão de paz, não havendo paz [...] Vós me profanastes entre o meu povo [...] mentindo, assim, ao meu povo que escuta a mentira”.

Os telepregadores da prosperidade mandam os crentes repreenderem o demônio da miséria e determinarem a sua prosperidade. Mas, em Romanos 15.26, está escrito: “Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”. Observe que o texto menciona uma coleta para ajudar pobres dentre os santos. Não seria mais fácil para Paulo repreender o demônio da pobreza?

Jesus nunca falou dos perigos de ser pobre. Mas, por inúmeras vezes, discorreu sobre os perigos de ser rico (Mt 6.19-21; Lc 12.16-21, etc.). Em 1 Timóteo 6.8-10, encontramos as razões pelas quais alguém abandona o verdadeiro Evangelho para seguir a teologia da prosperidade: falta de contentamento, priorização das riquezas, amor ao dinheiro. Em Eclesiastes 5.10, também está escrito: “O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade”.

É pecado ser rico? Não. Mas é perigoso. Isso porque a sensação — apenas a sensação — de que a riqueza coloca alguém numa posição superior em relação às pessoas pobres torna o crente um alvo fácil do Inimigo (1 Tm 2.9). Há uma grande probabilidade de os ricos se ensoberbecerem e se tornarem avarentos, desprezando os pobres e perdendo, com isso, a comunhão com Deus (Tg 2.9).

Quem não se contenta com o que possui, priorizando a busca de riquezas e o amor ao dinheiro, é capaz de fazer qualquer coisa para ganhar mais e mais dinheiro, até mesmo mercadejar a Palavra de Deus (2 Co 2.17, ARA). A avareza é uma espécie de idolatria (Ef 5.5), e nenhum idólatra entrará no Reino de Deus (1 Co 5.11; Ap 21.8). O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.

O dinheiro, em si, é necessário para a nossa manutenção. Contudo, existe o perigo de o chamado “vil metal” ocupar o primeiro lugar em nosso viver. E isso tem acontecido na vida de alguns líderes e pregadores, que, pelo dinheiro, são capazes até de negar “o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição” (2 Pe 2.1).

De acordo com a Palavra de Deus, os falsos mestres, cuja motivação é o dinheiro, são capazes de fazer, por avareza, “negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (2 Pe 2.3). E não é isso que vemos em nossos dias? Os falsos mestres estão por aí vendendo as suas “indulgências”, pregando um evangelho falso, centrado no “ter”.

Que Deus nos guarde! Façamos a sábia oração de Agur: “não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus” (Pv 30.7-9).

Não ambicionemos, pois, as coisas altas (Rm 12.16). Não tenhamos como referenciais as celebridades gospel, pois elas, em sua maioria, não têm compromisso com a Palavra de Deus. Sigamos o conselho da Palavra do Senhor: “Sejam os vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13.5). E ainda: “Aquele que tem o olho mau corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a pobreza” (Pv 28.22).

Quantos podem dizer “amém”?

Ciro Sanches Zibordi

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Agencia de pregadores? É o fim!



Grandes “pregadores”, pequenos resultados

Ciro Sanches Zibordi


Este artigo foi publicado pela primeira vez em 2009. Mas resolvi republicá-lo com alguns acréscimos, haja vista alguns acontecimentos recentes.

Há duas décadas, fui convidado pela primeira vez para participar de uma agência nacional de pregadores. Um companheiro de púlpito me ofereceu um cartão e disse: “Seria um prazer tê-lo em nossa agência”. Então, lhe perguntei: “Como funciona essa agência?” E a sua resposta me deixou estarrecido: “As igrejas ligam para nós, especificam que tipo de pregador desejam ter em seu evento, e nós cuidamos de tudo. Negociamos um bom cachê”.

É impressionante como o pregador, de uns tempos para cá, se transformou em um produto. Há alguns anos, depois de eu ter pregado em uma igreja (não me pergunte onde), certo pastor me disse: “Gostei da sua pregação, mas o irmão conhece algum pregador de vigília?” Achei curiosa essa pergunta, pois eu gosto de oração, já preguei várias vezes em vigílias, porém, segundo aquele irmão, eu não serviria para pregar em uma vigília!

Em nossos dias — para tristeza do Espírito Santo — pertencer a uma agência de pregadores tornou-se comum e corriqueiro. E os convites para ingressar nessas agências chegam principalmente pela Internet. Nos sites de relacionamento encontramos comunidades pelas quais os internautas mencionam quem é o seu pregador preferido e por quê. Certa jovem, num tópico denominado “O melhor pregador”, declarou: “Não existe ninguém melhor que ninguém; cada um tem a sua maneira de pregar, e cada pessoa avalia segundo o seu gosto”.

Ela tem razão. Ser pregador, hoje em dia, não basta. Você tem de atender às preferências do povo. Já ouvi irmãos conversando e dizendo: “Fulano é um ótimo pregador, mas não é pregador de congresso” ou “Fulano tem muito conhecimento, mas não gosta do reteté”.

Conheçamos alguns tipos de pregador e seus públicos-alvo:

Pregador humorista. Diverte muito o seu público-alvo. Tem habilidade para contar fatos anedóticos (ou piadas mesmo) e fazer imitações. Ele é como famosos humoristas do gênero stand-up comedy. De vez em quando cita versículos. Mas os seus admiradores não estão interessados em ouvir citações bíblicas. Isso, para eles, é secundário.

Pregador “de vigília”. Também é conhecido como pregador do reteté. Aparenta ter muita espiritualidade, mas em geral não gosta da Bíblia, principalmente por causa de 1 Coríntios 14, especialmente os versículos 37 e 40: “Se alguém cuida ser espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor... faça-se tudo decentemente e com ordem”. Quando ele vê alguém manejando bem a Palavra da verdade (2 Tm 2.15), considera-o frio e sem unção. Ignora que o expoente que agrada a Deus precisa crescer na graça e no conhecimento (2 Pe 3.18; Jo 1.14; Mt 22.29). Seu público parece embriagado e é capaz de fazer tudo o que ele mandar.

Pregador “de congresso”. Entre aspas porque existe o pregador de congresso que faz jus ao título. Mas o pregador “de congresso” anda de mãos dadas com o pregador “de vigília”, mas é mais famoso. Segundo os admiradores dessa modalidade de pregação, trata-se do pregador que tem presença de palco e muita “unção”. Também conhecido como pregador malabarista ou animador de auditórios, fica o tempo todo mandando o seu público repetir isso e aquilo, apertar a mão do irmão ao lado, beliscá-lo... Se for preciso, gira o paletó sobre a cabeça, joga-o no chão, esgoela-se, sopra o microfone, emite sons de metralhadora, faz gestos que lembram golpes de artes marciais... Exposição bíblica, mesmo, quase nada!

Pregador “de congresso” agressivo. É aquele que tem as mesmas características do pregador acima, mas com uma “qualidade” a mais. Quando percebe que há no púlpito alguém que não repete os seus bordões, passa a atacá-lo indiretamente. Suas principais provocações são: “Tem obreiro com cara de delegado”, “Hoje a sua máscara vai cair, fariseu”, “Você tem cara amarrada, mas você é minoria”. Estas frases levam o seu fanático público ao delírio, e ele se satisfaz em atacar as pessoas que não concordam com a sua postura espalhafatosa.

Pregador popstar. Seu pregador-modelo é o show-man Benny Hinn, e não o Senhor Jesus. É um tipo de pregador admirado por milhares de pessoas. Já superou o pregador de congresso. É um verdadeiro artista. Veste-se como um astro; sua roupa é reluzente. Ele, em si, chama mais a atenção que a sua pregação. É hábil em fazer o seu público abrir a carteira. Seus admiradores, verdadeiros fãs, são capazes de dar a vida pelo seu pregador-ídolo. Eles não se importam com as heresias e modismos dele. Trata-se de um público que supervaloriza o carisma, em detrimento do caráter.

Pregador “ungido”. Para impressionar o seu público, derrama óleo sobre a própria cabeça ou pede para seus auxiliares fazerem isso. Um desses pregadores pediu, recentemente, para sua equipe derramar doze jarras de azeite em sua cabeça! E o terno? Ah, isso não importa. Somente os fariseus se preocupam com desperdício. Para os fãs desse tipo de pregador tudo atos pretensamente proféticos valem muito mais que uma simples exposição bíblica...

Pregador milagreiro. Também tem como paradigma Benny Hinn, mas consegue superar o seu ídolo. Sua exegese é sofrível. Baseia-se, por exemplo, em 1 Coríntios 1.25, para pregar sobre “a unção da loucura de Deus”. Cativa e domina o seu público, que, aliás, não está interessado em ouvir uma exposição bíblica. O que mais deseja é ver sinais, como pessoas lançadas ao chão supostamente pelo poder de Deus e fenômenos controversos. Em geral, o pregador milagreiro, além de ilusionista e “poderoso” (Dt 13.1-4), é aético e sem educação. Mesmo assim, ainda que xingue ou ameace os que se opõem às suas sandices e invencionices, o seu público é fiel e sempre diz “aleluia”.

Pregador mercantilista. Todas as suas mensagens têm como meta induzir o seu público a dar dinheiro. Esse tipo de pregador existe desde os tempos dos apóstolos (2 Co 2.17; 2 Pe 2.1-3) e, na atualidade, aparece bastante na televisão. Alguns pregadores mercantilistas pertencem também à categoria popstar. Qualquer passagem bíblica pode ser usada a bel-prazer, a fim de atender aos seus propósitos. Isaque é a “melhor oferta financeira”, jumentinho que Jesus montou é “BMW”. E assim por diante.

Pregador contador de histórias. Conta histórias como ninguém, mas não respeita as narrativas bíblicas, acrescentando-lhes pormenores que comprometem a sã doutrina. Costuma contextualizar o texto sagrado ao extremo. Ouvi certa vez um famoso pregador dizendo: “Absalão, com os seus longos cabelos, montou na sua motoca e vruuum...” Seu público — diferentemente dos bereanos, que examinavam “cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11) — recebe de bom grado histórias extrabíblicas e antibíblicas.

Pregador cantante. Indeciso quanto à sua chamada. Costuma cantar dois ou três hinos (hinos?) antes da pregação e outro no meio dela. Ao final, canta mais um. Seu público gosta dessa “versatilidade” e comemora: “Esse irmão é uma bênção! Prega e canta”. Na verdade, ele não faz nenhuma das duas coisas bem.

Pregador “massagista”. É hábil em dizer palavras que massageiam os egos e agradam os ouvidos (2 Tm 4.1-5). Procura agradar a todos porque a sua principal motivação é o dinheiro. Ele não tem outra mensagem, a não ser “vitória”, principalmente a financeira. Talvez seja o tipo de pregador com maior público, ao lado dos pregadores humorista, popstar, mercantilista e milagreiro.

Pregador sem graça. É aquele que não tem a graça de Deus (At 4.33). É um pregador bem suado, e não necessariamente abençoado. Sua pregação, literalmente sem graça, é como uma espada: comprida e chata (maçante, enfadonha). Mas até esse tipo de pregador tem o seu público, formado pelos irmãos que gostam de dormir ou conversar durante a pregação.

Pregador chamado por Deus (1 Tm 2.7). Prega a Palavra de Deus com verdade. Estuda a Bíblia diariamente. Ora. Jejua. É verdadeiramente espiritual. Tem compromisso com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus. Seu paradigma é o Senhor Jesus Cristo, o maior pregador que já andou na terra. Ele não prega para agradar ou agredir pessoas, e sim para cumprir o seu chamado. Seu público — que não é a maioria, posto que são poucos os fiéis (Sl 12.1; 101.6) — sabe que ele é um profeta de Deus. Sua mensagem é Cristo (1 Co 1.22,23; 2.1-5). Esse tipo de pregador está em falta em nossos dias, mas não chama muito a atenção das agências de pregadores. A bem da verdade, estas sabem que nunca poderão contar com ele...
Qual é a sua modalidade preferida, prezado leitor? Você pertence a qual público? E você, pregador, qual dos perfis apresentados mais lhe agrada? Qual é a sua motivação? Você prega para agradar a Deus, verdadeiramente, ou tem outros interesses?
Ciro Sanches Zibordi

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Oração não tira maldição!!! Jumento.




Usando uma parte da história de Davi, o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo, escreveu em seu blog que a oração não desfaz a maldição e nem mesmo a confissão e o arrependimento puderam impedir que a ira de Deus caísse sobre Israel.


Edir Macedo diz que somente um sacrifício é que pode cessar a maldição na vida de uma pessoa. Essa conclusão ele chegou com o capítulo 21 de I Crônicas. Quando, diante do mal que recaiu sob Israel, Davi ofereceu um sacrifício.

"Não sou eu o que disse que se contasse o povo? Eu é que pequei, eu é que fiz muito mal; porém estas ovelhas que fizeram? Ah! Senhor, meu Deus, seja, pois, a Tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo do Teu povo." I Crônicas 21.17


É firmado nesse versículo que no próximo domingo, 25, Macedo estará no local onde está sendo construído o Templo de Salomão para apresentar "o sacrifício dos amaldiçoados".

"Se o leitor carrega em si uma maldição, e estiver interessado em participar deste propósito de fé, entregue seu sacrifício até domingo em qualquer IURD", escreveu Macedo.

Fonte: Gospel Prime



vou reproduzir o texto aqui.

ORAÇÃO NÃO DESFAZ MALDIÇAO

Não tem jeito!

Há situações que nem oração resolve.

Veja o caso do rei Davi, por exemplo.

Satanás o incitou a levantar o censo de Israel. Não havia necessidade. Até aquele momento Israel tinha conquistado muitas vitórias sobre seus inimigos.

Era amado pelo povo e, sobretudo, pelo Deus de seus pais.

Mas movido pela fraqueza da vaidade queria saber dos números de soldados para os próximos embates.

Ou seja, desprezou o auxílio Divino para apoiar-se na força física. Tal pecado abominável suscitou a ira de Deus.

O conselho de seu fiel comandante não teve efeito. O conceito elevado de si mesmo o havia cegado. Satanás se aproveitou disso e tirou vantagem.

O orgulho do rei subiu à cabeça e seu pecado aos céus.

"…o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção" Gálatas 6.8.

Davi plantou orgulho e colheu maldição.

A partir daí, as orações do rei não tinham qualquer efeito diante de Deus.

Nem sua confissão e arrependimento moveram o coração de Deus.

Os céus se fecharam para Davi porque a maldição já tinha sido determinada.

Ainda assim, o Senhor lhe deu três opções de punição:

1- Três anos de fome em Israel;

2- Três meses nas mãos inimigas ou

3- Três dias de peste em todo Israel.

Então respondeu ao profeta: "Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as Suas misericórdias, mas nas mãos dos homens não caia eu". I Crônicas 21.13

E agora, o que fazer para reverter aquela situação?

Orações? Clamores? Louvores?

Ofertas? Jejuns? Vigílias?...

Que atitude de fé poderia tocar a Deus para cessar a maldição?

Vestido de humilhação (pano de saco), Davi insistiu com Deus:

"Não sou eu o que disse que se contasse o povo? Eu é que pequei, eu é que fiz muito mal; porém estas ovelhas que fizeram? Ah! Senhor, meu Deus, seja, pois, a Tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo do Teu povo." I Crônicas 21.17

Finalmente, veio a resposta do próprio Deus:

Sacrifício na Eira de Araúna, local que mais tarde viria a ser construído o Templo de Salomão.

Neste domingo, iremos à construção do Templo de Salomão para apresentar o sacrifício dos amaldiçoados.

Se o leitor carrega em si uma maldição, e estiver interessado em participar deste propósito de fé, entregue seu sacrifício até domingo em qualquer IURD.

Deus tenha compaixão dos caídos!

Postou Wagner Lemos ainda não acreditando em tamanha heresia!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Agora Caio Fabio passou dos limites!!!


Caio Fabio afirma que a Bíblia não é a palavra de Deus!
Por Ruy Marinho

Nesta semana tomei conhecimento de um video polêmico de Caio Fabio, contendo afirmações assombrosamente heréticas. O mesmo afirmou, além de várias discrepâncias, que "A Bíblia não é inerrante", que "em dois mil anos de história, ninguém leu a Bíblia tendo Cristo como chave hermenêutica", que "é um livro do homem" e por fim que "ela não é nem um livro de Deus.
Não me surpreende tais afirmações de Caio. Uma pessoa que defende o aborto, o homossexualismo, abre as portas para o adultério e, por fim, distorce os textos bíblicos para pregar uma filosofia liberal anti-bíblica, esperar que ele defenda a Bíblia como a inerrante palavra de Deus? Seria no mínimo incoerência acreditar nisso!

Espantosamente Caio Fabio alega que ninguém, absolutamente, leu a Bíblia tendo Cristo como chave hermenêutica. Logo, deduzimos então que somos todos analfabetos teológicos! Afinal, se há dois mil anos ninguém teve um conhecimento correto de Cristo através da Bíblia, qual Jesus seguimos então? Qual evangelho foi pregado à nós? Agostinho, Lutero, Calvino, os Puritanos, Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, dentre tantos outros grandes teólogos da história estão equivocados? Somente Caio Fabio possui o conhecimento correto de Jesus nas escrituras?

Na verdade, Caio Fabio deu um tiro no próprio pé e prova que nunca leu as Escrituras tendo Cristo como chave hermenêutica! Pois, ao afirmar que a Bíblia não é inerrante, vai contra o que o próprio Cristo defende!

Jesus referiu-se ao Antigo Testamento como sendo a Palavra de Deus e afirmou que a mesma não pode falhar: "Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a Escritura não pode falhar," ( Jo 10:35) e disse que "até que o céu e a terra passem, nem um i ou til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus." (Mt 5:18-19), e ainda: "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim." (João 5:39). Cristo falou aos fariseus e escribas sobre seus dias que eles vinham "invalidando a palavra de Deus pela sua própria tradição" (Mc 7:13). Jesus chamou a atenção para a Palavra de Deus escrita quando repentinamente afirmou "Está escrito" (Mt 4:4,7-10). Esta frase aparece mais de noventa vezes no Novo Testamento, sendo assim uma forte indicação da autoridade divina da Palavra de Deus escrita.

Se Cristo é a "chave hermenêutica" para a interpretação Bíblica e, Ele próprio afirma a infalibilidade das Escrituras, logo, a Bíblia é inerrante!

Enfatizando a inerrância da Palavra de Deus, Paulo acrescentou: "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." (2 Tm 3:16-17). Embora tenham sido homens que escreveram as mensagens, Pedro fala que "nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1:20-21) e afirma que "a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada" (1Pe 1:25). O autor de Hebreus referiu-se às Escrituras como "a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração" (Hb 4:12).

Os reformadores intensamente defenderam as Escrituras como única regra de fé e prática. Calvino afirmou que a Bíblia é o único escudo para proteger do erro[1], que a autoridade da Bíblia provém de Deus [2], que a Bíblia é superior a qualquer sabedoria humana[3] e que as Escrituras são a verdade de Deus e perpétua lembrança, nelas se ouvem as próprias palavras de Deus [4]

A Confissão de Fé de Westminster, em seu primeiro capítulo que trata sobre as Escrituras, afirma: I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo. (Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.)

V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações. (I Tim. 3:15; I João 2:20,27; João 16:13-14; I Cor. 2:10-12.)

A Declaração de Chicago, uma importante confissão de fé sobre a Inerrância da Bíblia ocorrida em 1978, nos diz que: "A autoridade das Escrituras é um tema chave para a igreja cristã, tanto desta quanto de qualquer outra época. Aqueles que professam fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador são chamados a demonstrar a realidade de seu discipulado cristão mediante obediência humilde e fiel à Palavra escrita de Deus. Afastar-se das Escrituras, tanto em questões de fé quanto em questões de conduta, é deslealdade para com nosso Mestre. Para que haja uma compreensão plena e uma confissão correta da autoridade das Sagradas Escrituras é essencial um reconhecimento da sua total veracidade e confiabilidade."

A Bíblia é a inerrante Palavra de Deus, pois ela foi escrita por homens inspirados pelo Espírito Santo. Como afirma Norman Geisler: "Se é inspirada, é inerrante, pois Deus não erra! A inerrância é uma decorrência lógica da inspiração. Porque inerrância significa verdade total, sem erros. E o que Deus profere (inspira) tem de ser completamente verdadeiro e sem erros (inerrante)."[5]

Lamento que Caio Fabio tenha confundido e enganado muita gente com as suas filosofias liberais anti-bíblicas, "desencaminhando" da graça o povo que o segue. Agora, distorcer e desmerecer a Bíblia e afirmar que a mesma não é a palavra de Deus, é a certeza de que Caio se afastou - e muito - do verdadeiro e inerrante evangelho de Cristo!
Sola Scriptura!

Ruy Marinho

do blog Bereanos.

Pregadores da teologia da prosperidade sao expulsos de tv americana.





Uma emissora de TV cristã nos Estados Unidos baniu de sua programação os pregadores que enfatizam o enriquecimento através da teologia da prosperidade.


A DoersTV, comandada pelo pastor David Wright possui em seu site uma publicação em que afirma ser “um canal de TV cristão livre, com a missão de difundir o evangelho de Jesus Cristo” e que “enfatiza a segurança dos valores de entretenimento familiar para cristãos em todo o mundo, com mais de 21 canais abertos pela internet”, de acordo com informações do Christian News Wire.


A decisão tomada, de acordo com a informação divulgada pela assessoria de imprensa do canal, serve para manter fora de sua programação a veiculação de mensagens que caracterizem o “evangelho da prosperidade falsa”.


O contrato de uso do espaço na grade da emissora possui uma cláusula que também exclui qualquer pregador que seja pego em escândalos sexuais, mesmo com arrependimento público. Ministros que levem uma vida de luxo também não são bem vindos na DoersTV. “Basta é basta! Milhões de cristãos e não-cristãos estão doentes e cansados desses cafetões no púlpito” afirmou o diretor executivo do canal, David Wright.

Segundo o pastor Wright, muitos dos pregadores são incoerentes com a mensagem que transmitem: “Como podemos nós, os ministros de Deus, pregarmos o evangelho aos pobres e roubá-los ao mesmo tempo? Como podemos dizer ao marido para ser fiel quando estamos dormindo com a esposa dele? Como podemos pregar contra a homossexualidade e praticá-la ao mesmo tempo? Como podemos viver em mansões enquanto nossas congregações vivem na favela?”, questionou Wright.

O canal, com essa decisão, abriu mão de grande parte da receita que poderia arrecadar alugando espaço para televangelistas que propagam a teologia da prosperidade. “Eu sei que nós poderíamos fazer um caminhão de dinheiro cobrando essas igrejas e ministérios. Não que não precisemos do dinheiro, mas quando Jesus disse “de graça recebestes, de graça daí”, foi exatamente o que resolvemos fazer”, disse o pastor, revelando que o canal oferece espaço gratuitamente a igrejas que tenham interesse em veicular através da DoersTV.
Fonte: Gospel+

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz1yFqDgBTK

terça-feira, 19 de junho de 2012

Batom para as irmãs bocudas!!



Adquira por uma bagatela!! rsrs.

Meche comigo pra ver!!

Estou ficando careca. fica me '' tirando'' pra ver!!

Humor, ri demais!!!


Nao deixa de ser um tratado bem humorado sobre apologetica. repasa ai gente!!!

domingo, 17 de junho de 2012

A teologia da prosperidade esta errada?



Afinal, o que está errado com a teologia da prosperidade?

Texto de Augustus Nicodemus Lopes

Apesar de até o presente só ter melhorado a vida dos seus pregadores e fracassado em fazer o mesmo com a vida dos seus seguidores, a teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas evangélicas no Brasil.

Uma das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e "testemunhas de Jeová" sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.

Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos revindicar ou exigir dele.

Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa parte.

Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente.

Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.

Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.

Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demônicos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico.

Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito aqui neste mundo.

Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações não significa que Ele está irado conosco.

Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.

Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana de Deus.

Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus.

Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde.

A teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se encaixam. Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia...

sábado, 16 de junho de 2012

Maldito pecado que me lasca !!!



Como Vencer a Carne?


MATHEUS ORTEGA

Carne x Espírito. Desejos x Cruz. Egoísmo x Renúncia.

Todos os dias travamos uma batalha contra nós mesmos. Muitas vezes, fazemos o mal que não queremos, e não fazemos o bem que queremos (Rom. 7:19). E Jesus falou diversas vezes que o caminho é estreito, e que é difícil entrar no Reino de Deus!

Mas por que temos que vencer a carne? Por que não podemos desfrutar dos prazeres deste mundo?

“Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus,” (Rom. 8:8) e “se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão” (Rom. 8:13). Ou você vive para crucificar seus desejos – imoralidade sexual, impureza, egoísmo, inveja – ou você não herdará o Reino de Deus.

Não se engane – se você está vivendo uma vida em que seus desejos imorais não são crucificados dia após dia, você não herdará o Reino de Deus. Parece impossível? Para nós, realmente é. Mas para Deus não há nada impossível. É fato que nós pecamos todos os dias, mas isso é diferente de estar em pecado.

Qual a diferença entre pecar e estar em pecado?

Leia Romanos 6. É muito bom para explicar essa diferença.

Em resumo, estar em pecado é ser escravo do desejo.

Estar em Cristo (ou aceitar a Cristo) é morrer para o pecado.

Você vai continuar tendo pecados, mas esse não vai ser o seu estilo de vida, e o pecado não mais te dominará.

“Portanto, não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos.” (Rom. 6:12)

Jesus respondeu: “Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado. (João 8:34)

E agora vem a grande pergunta. Se fosse fácil não precisaria escrever sobre isso. Mas espero que estas dicas te ajudem na luta contra o pecado.

Como vencer a carne?

Em seu livro “Uma Vida Cheia do Espírito”, Charles Finney escreveu um capítulo Como Vencer o Pecado. Seus principais pontos são:

1. O pecado não é um movimento muscular ou um desejo involuntário. É um ato ou estado voluntário da mente.

Muitas vezes me iludi, falando pra mim mesmo, ‘minha carne é fraca, e incontrolável.’ Será? A Bíblia fala que o pecado não nos dominará, porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça. (Rom. 6:14) Isso significa que você pode até pecar, mas como você está debaixo da graça de Deus, você não vai se submeter à escravidão do pecado.

Sendo mais claro – se você, jovem, olhar para uma mulher com malícia, você está pecando. Mas você pode parar de olhar e falar pra Deus ‘me dá forças, pois não quero fazer isso.’ E então você para de olhar. E quando passa uma outra mulher, você não olha. Você não é um escravo desse desejo. Você é livre para não olhar.

E se você, moça, falar mal de sua colega por trás, com maldade em seu coração, você está pecando. Mas se você resolver parar de praticar a fofoca, se decidir não falar mal e odiar a ninguém, você está se libertando. Você não precisa estar na rodinha em que todas falam besteiras. Você é livre para não falar mal.

O pecado é voluntário. Só é escravo do pecado quem quer.

2. Todos os esforços dessa natureza para vencer o pecado são inúteis, e ainda em desacordo com a Bíblia

Você nunca vai vencer a carne se esforçando. É impossível ser santo sem depender do Espírito Santo. É impossível ser salvo sem confessar a morte e ressureição de Cristo.

Um exemplo – desde minha adolescência tinha a tendência de ser perfeccionista. Fazia o meu melhor possível nos estudos, no trabalho e na vida em geral. E quando caia em pecado, sempre me frustrava comigo mesmo, e não me perdoava. Tentava ser uma “pessoa melhor”. Não conhecia a plena graça de Deus, e me esforçava muito para ser um filho bom, e tinha muito medo em desagradar a Deus. Um dia, estava orando com um grupo de amigos, e senti Deus falando “você precisa se perdoar”. Eu não achei que fazia sentido nenhum, mas depois entendi. A graça de Deus é o que nos salva, não o fato de sermos perfeitos. Meus esforços para ser perfeito não faziam sentido. Jesus havia dado tudo por mim e o que eu precisava fazer era depender dele. Assim, descobri que poder de Jesus é maior até do que o peso do pecado.

3. Nada, senão a vida e energia do Espírito de Cristo dentro de nós, pode salvar-nos do pecado

Leia essa passagem, que é demais:

Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam. Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei. Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Gálatas 5:16-24


Conclusão

Como vencer a carne?

Pertença a Jesus, tome sua cruz, e você vencerá.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Bomba!!!


Quero deixar claro que estou saindo do ministerio, porque eu gosto de poder e fogo e aqui tem pouco, por isso estou me juntando ao pastor Riu e reverendo Kem Master para juntos tocarmos fogo no Brasil, ( Marcos Feliciano que se cuide) detalhe estou levando junto comigo o Pastor Cawboy José, ( só quem for de Suzano que vai entender, rsrs). Já recebi proposta do reverendo Goku para dirigir um ponto de pregação em Miami da comunidade Kamehameha, vou pensar no caso dele, quem sabe no futuro. (risos).

Agradeço a turma da bleia pela imagem.

domingo, 10 de junho de 2012

A falibilidade dos ministros (parte final)



continuação...

III. Agora passo à terceira lição da Antioquia: não há há doutrina alguma que devemos proteger tanto quanto a da justificação pela fé, sem obras da lei.



A evidência dessa terceira lição está mais proeminente na passagem bíblica que encabeça esse sermão. Qual profissão de fé o apóstolo Pedro negou em Atioquia? Nenhuma. Qual doutrina ele pregou publicamente e era falsa? Nenhuma. O que, então, ele fez? Ele fez isso: depois de haver sentado com os gentios como “co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-participantes da promessa com Cristo” (Ef 3:6), de repente ficou tímido e retraiu-se. Parece que ele começou a pensar que os gentios eram menos santos e aceitáveis para Deus do que os judeus circuncisos; pareceu deduzir que os gentios convertidos estavam numa classe mais baixa do que aqueles que mantiveram as cerimônias da Lei de Moisés; pareceu adicionar algo à fé, como se isso fosse necessário para despertar o interesse do homem em Jesus Cristo. Ele pareceu responder à pergunta “o que devo fazer para ser salvo?” não apenas com “Acreditar no Senhor Jesus”, mas “Acreditar no Senhor Jesus, ser circunciso e manter as cerimônias da lei”.


O apóstolo Paulo não podia tolerar uma conduta como essa. Nada mais o moveu, a não ser a ideia de adicionarem algo ao Evangelho de Cristo. “Enfrentei-o face a face", ele disse. Paulo não apenas repreendeu Pedro, mas também guardou todo o ocorrido quando, por inspiração do Espírito, escreveu a epístola aos Gálatas.


Peço-lhes que prestem bastante atenção nesse ponto. Peço aos homens que observem o cuidado demonstrado pelo apóstolo Paulo à doutrina e que considerem o momento em que ocorreu essa agitação. Notemos nessa passagem bíblica a importância da justificação pela fé e não pelo mantimento da lei.


(a) Essa doutrina é necessária para o nosso conforto pessoal. Nenhum homem na terra é verdadeiramente filho de Deus, com sua alma salva, até que receba a salvação pela fé em Cristo Jesus. Nenhum homem jamais terá uma paz sólida e uma verdadeira segurança, até que abrace com todo o seu coração a doutrina de que somos considerados retos diante de Deus por causa da obra do Senhor Jesus Cristo na cruz, pela fé, e não pela nossa bondade ou pelo trabalho de nossas próprias mãos. Um motivo, acredito, pelo qual tantos cristãos são jogados de um lado para o outro, desfrutam de pouco conforto e não sentem muita paz, é a ignorância deles nessa questão. Eles não veem claramente a justificação pela fé, sem que seja pelas suas próprias “boas obras”.


(b) Essa doutrina, o diabo não apenas odeia, mas também trabalha para destruir. Ele sabe que ela, desde os dias dos apóstolos, deixou o mundo de ponta cabeça. Assim como também deixou-o de ponta cabeça na época da Reforma. Portanto, ele tenta o homem a rejeitá-la. Ele está sempre seduzindo as igrejas e ministérios, para que neguem e obscureçam a verdade. Não é de se admirar que o Concílio de Trento[5], dirigiu seu principal ataque contra essa doutrina e declarou-a maldita e herética. Também não é surpreendente que tantas pessoas que se consideram conhecedoras, denunciam essa doutrina como um jargão teológico e dizem que todas as "pessoas sãs" são justificadas por Cristo, quer tenham fé ou não! A verdade é que esse pensamento é amargo e um grande veneno para os corações descrentes. Ele sacia os desejos da alma alerta, mas o homem orgulhoso, que não conhece o seu próprio pecado e não vê sua fraqueza, não pode receber a verdade.


(c) Essa é a doutrina cuja ausência é responsável por metade dos erros da Igreja Católica Romana. Metade das doutrinas católicas antibíblicas tem raízes na rejeição da justificação pela fé. Nenhum professor católico, se for fiel à sua igreja, dirá para um pecador aflito, "Acredite no Senhor Jesus e será salvo". Ele não pode fazer isso sem algumas explicações, que destroem completamente as boas novas. Ele não ousa dar a cura cristã, sem adicionar algo que destrua seu efeito e neutralize seu poder.


Purgatório, penitência, absolvição sacerdotal (confissão), intercessão dos santos, adoração à Virgem e várias outras ideias humanas do catolicismo romano, todas elas se originam dessa mesma fonte. Todas elas são apoios desonestos para amparar consciências exaustas, mas são apresentadas como necessárias pela negação da justificação pela fé.


(d) Essa é a doutrina essencial para o sucesso de um ministro entre seu povo. Ignorância, nesse ponto, estraga tudo. Falta de afirmações claras sobre a justificação impedirá que o mais zeloso dos homens faça o bem. Podem haver muitas características boas e agradáveis no sermão de um ministro, ele pode falar sobre Cristo e a união com Ele, sobre abnegação, humildade e amor. Entretanto, não valerá muito, se não pregar corretamente sobre a justificação pela fé, sem o auxílio das “boas obras”.


(e) Essa é a doutrina fundamental para a prosperidade da Igreja. Nenhuma igreja está num estado sadio, caso essa doutrina não seja vivida de forma proeminente. Uma denominação ou igreja podem ter boas estruturas e ministros regularmente ordenados, mas não verá conversão de almas se for ao púlpito e não pregar claramente as doutrinas. Suas escolas podem ser encontradas em cada cidade, os prédios das igrejas podem chamar a atenção de todas as pessoas na terra, mas nela não haverá a bênção de Deus, a não ser que a justificação pela fé seja proclamada do seu púlpito. Mais cedo ou mais tarde seu castiçal será levado embora.


Por que as igrejas africanas e do leste chegaram ao estado atual? Será que não tinham ministros? Sim, tinham. Será que não tinham normas e cerimônias? Sim, tinham. Será que não tinham conselhos? Sim, tinham. Mas elas puseram de lado a doutrina da justificação pela fé. Elas perderam de vista a grande verdade e, por isso, caíram.


Por que a nossa igreja, a Igreja da Inglaterra, fez tão pouco nesse último século, enquanto os batistas e independentes fizeram tanto? Será que foi porque seus sistemas eram melhores que o nosso? Não. Talvez, então, nossa igreja não estava adaptada às necessidades das almas perdidas, correto? Não. Acontece que os ministros dessas denominações pregavam a justificação pela fé, enquanto os nossos, por várias vezes, não pregavam doutrina alguma!


Por que tantos ingleses passaram a frequentar igrejas dissidentes? Por que nós, frequentemente, vemos igrejas góticas locais tão vazias de adoradores quanto celeiros em julho, ao passo em que prédios pequenos e ainda em tijolos, mais conhecidos como Casa de Reunião, estão lotados? Será que é porque as pessoas, em geral, não nutrem simpatia alguma por uma adoração formal, pelo Livro de Oração Comum nem pela instituição? De forma alguma! A resposta, pura e simples, é que na grande maioria dos casos as pessoas não gostam de pregações em que a justificação pela fé não é claramente proclamada. Quando os cristãos não escutam pregações como essas na igreja, eles as procuram em outro lugar. Claro que há exceções. Sem dúvida alguma há lugares onde uma longa caminhada de negligência incomodou membros da igreja, de forma que eles nem sequer escutavam sobre a verdade da boca de seus ministros. No entando acredito que, como regra geral, quando a igreja está vazia e a Casa de Reunião, lotada, a causa para esse acontecimento é notória.


Sendo assim, o apóstolo Paulo fez bem em zelar pela verdade e se opor a Pedro face-a-face. Fez bem também em preferir sacrificar tudo do que por em risco a doutrina da justificação na Igreja de Cristo. Paulo viu o que estava acontecendo com olhos proféticos e por isso nos deixou um exemplo para seguirmos. Seja lá o que toleremos, nunca devemos aceitar qualquer insulto a essa doutrina sagrada, a de que somos justificados pela fé e não por "boas obras".


Estejamos sempre atentos a qualquer ensinamento que ignore a justificação pela fé, seja ele direta ou indiretamente. Qualquer sistema religioso que coloque algo entre o pecador sobrecarregado e Jesus Criso, o Salvador, que não seja a fé, é perigoso e antibíblico. Qualquer sistema que faça da fé algo complicado, difícil e infantil, é perigoso e venenoso. Qualquer sistema que deprecie a doutrina protestante, a responsável por derrubar o poder do catolicismo romano, carrega consigo uma praga e é um perigo para as almas.


Batismo é um sacramento ordenado pelo próprio Cristo e deve ser realizado com reverência e respeito por todos os cristãos professos. Quando feito corretamente, dignamente e com fé, ele é capaz de ser um instrumente de bênçãos maravilhosas para a alma. Entretanto, quando pessoas são ensinadas que todos os batizados são nascidos de novo e deveriam ser considerados "filhos de Deus", acredito que suas almas estão em grande perigo. Um ensinamento sobre batismo tal qual foi citado, parece-me arruinar a justificação pela fé. São filhos de Deus apenas aqueles que tem fé em Cristo Jesus. E nem todos os homens a tem.


A ceia do Senhor é um sacramento ordenado por Cristo, com o intuito de edificar e revigorar os verdadeiros cristãos, mas quando pessoas são ensinadas que todos devem ir à ceia do Senhor, tendo eles fé ou não, e que todos os semelhantes recebem o corpo e o sangue de Cristo ao comerem do pão e beberem do vinho, acredito que suas almas correm grande perigo. Um ensinamento como esse, parece-me ignorar a justificação pela fé. Nenhum homem come o corpo de Cristo, nem bebe o Seu sangue, a não ser o homem justificado. E ninguém é justificado até que creia.


Membresia numa igreja local é um grande privilégio, mas quando pessoas são ensinadas que por serem membros da igreja também são, consequentemente, membros de Cristo, acredito que suas almas correm risco. Um ensinamento como esse, parece-me arruinar a justificação pela fé. Apenas aqueles que acreditam, unem-se a Cristo. E nem todos os homens acreditam.


Sempre que escutarmos ensinamentos que confundem ou contradizem a justificação pela fé, podemos ter certeza de que há um parafuso solto em algum lugar. Devemos vigiar e estar atentos, posicionando-ns contra tais ensinamentos. Uma vez que o homem abandona a justificação pela fé, ele dirá adeus ao conforto, à paz, à esperança e a todas as outras garantias que se achegam junto com o cristianismo. Um erro desses é decadência na certa.


Concluindo, deixe-me pedir a todos os que leem esse sermão que se armem com vasto conhecimento sobre a Palavra de Deus. Se não buscarmos conhecimento, ficaremos à mercê de qualquer falso profeta. Não devemos olhar os erros de um Pedro pecador. Não estamos aptos a imitar a fidelidade de um Paulo corajoso. Uma congregação ignorante será sempre uma maldição para a igreja. Uma congregação que lê a Bíblia pode salvar a Igreja da ruína. Leiamos a Bíblia regularmente, diariamente, com orações fervorosas, a fim de nos familiarizarmos com seus conteúdos. Não recebamos nada, acreditemos em nada e tampouco sigamos nada, se não estiver na Bíblia e nem puder ser provada através dela. Que a Palavra de Deus seja o que regulamenta nossa fé e nosso critério para todo ensinamento.


(2) Em segundo lugar, peço a todos os que leem esse sermão que estejam sempre prontos a lutar pela fé em Cristo, se assim for necessário. Não aconselho ninguém a alimentar um espírito controverso. Não quero que homem algum seja como Golias, indo de um lado para outro dizendo, “Escolham um homem para lutar comigo" (I Sm 17:8). Alimentar controvérsias é uma tarefa lastimável. É como alimentar ossos. Nenhuma paz enganosa deveria nos impedir de lutar contra as falsas doutrinas e de buscar promover a verdadeira doutrina em todos os lugares que pudéssemos. Verdadeiro Evangelho no púlpito, nos livros que lemos, nos amigos com quem andamos: que esse seja o nosso objetivo e que nunca nos envergonhemos em deixar transparecer aos homens que é assim que vivemos.


(3) Em terceiro lugar, peço a todos os que leem esse sermão para que cuidem bem de seus próprios corações, nesses tempos tão controversos. Precisamos tomar precauções. No ponto mais violento da batalha, podemos esquecer nosso novo homem. Vitória em argumentos nem sempre significa vitória sobre o mundo ou o diabo. Que a humildade de Pedro ao ser repreendido seja um exemplo para nós, tanto quanto a coragem de Paulo em repreendê-lo. Feliz é o cristão que pode chamar a pessoa que o repreendeu fielmente de "amado irmão" (2 Pe 3:15). Lutemos para sermos santos em todas as nossas conversas e igualmente em nosso temperamento. Lutemos para manter uma comunhão initerrupta com o Pai e o Filho e hábitos diários de oração e leitura bíblica. Desta forma, estaremos preparados para a batalha da vida e teremos a espada do Espírito bem ajustada para quando o dia da tentação vier.


(4) Em quarto lugar, peço a todos os membros da igreja que sabem o que oração realmente é, para que orem diariamente pela igreja onde congregam. Oremos para que o Santo Espírito seja vertido sobre ela e o castiçal não seja levado embora. Oremos pelas igrejas onde o evangelho não é pregado, para que a escuridão parta e a verdadeira luz brilhe sobre elas. Oremos pelos ministros que não sabem, tampouco pregam, a verdade, para que Deus faça cair a máscara de seus corações e mostre um caminho melhor. Nada é impossível. O apóstolo Paulo já perseguiu cristãos, Lutero já foi um monge sem instrução, Bispo Latimer já foi um católico fanático, Thomas Scott já foi um grande opositor da verdade evangélica. Nada, repito, é impossível. O Espírito pode fazer com que ministros preguem o Evangelho que, agora, destroem. Portanto, sejamos perseverantes em nossas orações.


Recomendo que prestem muita atenção nesse sermão. Ponderemo-lo bem em nossos corações. Pratiquemo-lo diariamente. Fazendo isso, teremos aprendido a lição de Pedro em Antioquia.


NOTA: Por mais de um século, J. C. Ryle ficou mais conhecido por seus textos claros e vivos, que falavam sobre temas práticos e espirituais. Seu grande objetivo, durante seu ministério, foi encorajar uma vida cristã firme e séria. Entretanto, Ryle não era ingênuo e sabia como esse encorajamento deveria ser feito. Ele reconheceu que, como pastor do rebanho de Deus, tinha a responsabilidade de proteger as ovelhas de Cristo e alertá-las sempre que visse algum perigo se aproximando. Seus intensos comentários são tão sábio e relevantes hoje, quanto foram quando ele os primeiro escreveu. Seus sermões e outros escritos tem sido constantemente reconhecidos e sua utilidade e impacto continuam até hoje, mesmo no inglês obsoleto da época do autor.




Por que, então, exposições já tão bem sucedidas e memoráveis, provadas úteis, precisam de adaptação, revisão e reedição? A resposta é clara. Para aumentar sua utilidade para leitores atuais. A linguagem com a qual foi originalmente escrita, precisa de atualização.




Por mais que seus sermões, da forma com que foram escritos pelo autor no século XIX, tenham servido para outras gerações, eles podem se perder nas gerações presente e futura, simplesmente porque, para eles, a linguagem não é facilmente e nem completamente entendível.




Meu intuito, entretanto, não é reduzir o escrito original ao vernáculo dos nossos dias. Ele surgiu primeiramente para você, que deseja ler e estudar de modo confortável e fácil, na linguagem do seu tempo. Obviamente, apenas terminologias arcaicas e passagens obscurecidas por expressões que não nos são familiar foram revisadas. Contudo, nem a intenção de Ryle, tampouco seu propósito foram adulterados.


Tony Capoccia




Esse manuscrito atualizado e revisitado é de direitos autorais de © 1998 por Tony Capoccia.


Todos os direitos reservados.


Website: www.biblebb.com


_________________


ORE PARA QUE O ESPIRITIO SANTO USE ESSE SERMÃO PARA EDIFICAÇÃO DE MUITOS E SALVAÇÃO DE PECADORES.




FONTE


Traduzido de http://www.biblebb.com/files/ryle/WARN6.TXT




A Fonte do manuscrito atualizado e revisitado é de direitos autorais de © 1998 por Tony Capoccia.


Todos os direitos reservados.


Website: www.biblebb.com


Todo direito de traduçãoem português protegido por lei internacional de domínio público




Tradução: Sara de Cerqueira


Revisão: Armando Marcos Pinto


Capa: Victor Silva




Projeto Ryle – Anunciando a verdade Evangélica.


http://bisporyle.blogspot.com/




[1] É de considerar que hoje em dia biografias mais apuradas discutem o papel de Calvino nesse caso, considerando que de fato ele não tinha poder legal e nem influência suficiente para evitar a morte de Serveto pela acusação de heresia pelo Conselho de Genebra, que em sua maioria era contrário as praticas de Calvino (N.R)


[2] Durante o período da rainha Maria da escócia, conhecida como “Maria Sanguinária”, John Jewell não condenou e formalmente aceitou o catolicismo romano, tendo se arrependido quando da subida de Eduardo 6º ao trono e sendo posteriormente um dos apologetas da igreja anglicana reformada-elizabetana (n.R)


[3] Hopper era...


[4] fala ininteligível


[5] Concílio Católico Romano que estabeleceu suas doutrinas atuais

sábado, 9 de junho de 2012

A falibilidade dos ministros (part 3)



continuação...


II. Agora passo para a segunda lição tirada do sermão. Essa lição é que manter a verdade de Cristo na sua igreja é muito mais importante do que manter a paz.



Acredito que nenhum homem tinha noção maior do valor de paz e unidade quanto o apóstolo Paulo. Foi ele o apóstolo que escreveu aos coríntios sobre o amor. Ele foi o apóstolo que disse “Tenham uma mesma atitude uns para com os outros; vivam em paz uns com os outros; ao servo do Senhor não convém brigar; há um só corpo e um só espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo". Ele foi o Apóstolo que disse, “fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns” (Rm 12:16, I Ts 5:13, Fm 3:16, Ef 4:5, I Co 9:22). Ainda assim, veja como ele age! Ele se opôs a Pedro face-a-face. Ele o repreendeu publicamente e correu o risco de todas as consequências disso. Ele arrisca tudo o que pode ser dito pelos inimigos da igreja de Antioquia. Acima de tudo, Paulo documentou o incidente, para que nunca fosse esquecido e onde quer que o evangelho fosse pregado, essa repreensão pública devido ao erro de um apóstolo fosse de conhecimento de todos.


Por que Paulo fez isso? Porque ele tinha pavor de falsas doutrinas, ele sabia que um pequeno erro poderia corromper todo o grupo e queria nos ensinar que devemos lutar fervorosamente pela verdade e temer mais sua perda do que a perda da paz.


Devemos nos lembrar do exemplo de Paulo nos dias de hoje. Muitas pessoas suportam tudo na religião, contanto que possam ter uma vida tranquila. Elas tem um temor horrendo daquilo que chamam “controvérsia” e estão repletas de um medo mórbido do que chamam, de modo vago, “espírito partidário”, apesar de não saberem definir ao certo o que é esse espírito de partidarismo. Eles estão possessos por um desejo doentio de manter a paz e fazer com que tudo seja leve e agradável, mesmo que às custas da verdade. Contanto que tenham sossego, leveza, silêncio e ordem, estarão contentes em deixar de lado todo o resto. Acredito que eles teriam pensado como Acabe, que Elias era o perturbador de Israel, e teriam ajudado os príncipes de Judá, quando colocaram Jeremias na prisão, a fim de calarem sua boca. Não tenho dúvidas de que muitos desses homens sobre os quais falo, teriam pensado que Paulo, na Antioquia, agiu de forma imprudente e foi longe demais!


Acredito que tudo isso está errado. Não temos direito algum de esperar nada, a não ser o Evangelho de Cristo, puro e cristalino, genuíno e inalterado, o mesmo evangelho ensinado pelos apóstolos de fazer o bem às almas humanas. Para manter essa verdade pura na Igreja, os homens devem estar prontos para fazer qualquer sacrifício, arriscar a paz, sujeitar dissensões e correr o risco de dividirem-se. Eles deveriam tolerar a falsa doutrina tanto quanto toleram o pecado. Deveriam se opor a qualquer alteração feita à mensagem do evangelho de Cristo, seja adicionando ou retirando passagens.


Pelo amor à verdade, nosso Senhor Jesus Cristo denunciou os fariseus, apesar de ocuparem o assento de Moisés e serem professores nomeados e autorizados. “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!”, disse Ele, oito vezes, nos vinte e três capítulos de Mateus. Quem ousará levantar suspeita de que nosso Senhor estava errado?


Pelo amor à verdade, Paulo se opôs e censurou Pedro, mesmo sendo irmãos. Onde estava a unidade, quando a doutrina foi posta de lado? Quem dirá que ele agiu errado?


Pelo amor à verdade, Atanásio posicionou-se contra o mundo, a fim de manter a pura doutrina da divindade de Cristo, e travou uma disputa com a grande maioria da igreja. Quem dirá que ele agiu errado?


Pelo amor à verdade, Lutero quebrou a unidade da igreja em que nasceu, denunciou o Papa e todos os seus costumes e apresentou a fonte de um novo ensinamento. Quem dirá que Lutero agiu errado?


Pelo amor à verdade, Cranmer, Ridley e Latimer, os reformadores ingleses, aconselharam Henrique VIII e Eduardo VI a se separarem de Roma e enfrentar as consequências dessa divisão. E quem ousará dizer que estavam errados?


Pelo amor à verdade, Whitefield e Wesley, há cem anos, denunciaram a pregação infrutífera do clero de seus dias e foram à estradas e vielas a fim de salvarem almas, mesmo sabendo que seriam banidos da comunhão da igreja. E quem ousará dizer que eles estavam errados?


Sim, paz sem verdade é uma paz falsa, é a paz do diabo. Unidade sem evangelho é uma unidade inútil, é a unidade do inferno. Não sejamos nunca enganados por aqueles que falam docemente sobre isso. Lembremos das palavras de nosso Senhor Jesus Cristo: “Não cuideis que vim trazer a paz à terra, não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10:34). Lembremos o louvor que Ele entoa a uma das igrejas do Apocalipse: "Sei que não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos, mas não são, e descobriu que eles eram impostores” (Ap 2:2). Lembremos também da culpa que Ele põe em outra, “você tolera Jezebel, aquela mulher que se diz profetisa" (Ap 2:20). Nunca deixe que sejamos culpados por sacrificar qualquer porção da verdade em detrimento da paz. Sejamos então como os judeus, que queimavam um manuscrito inteiro do Velho Testamente, caso encontrassem uma única letra incorreta, melhor que correr o risco de perder um til ou um ponto da Palavra de Deus. Não nos contentemos com apenas uma parte de toda o Evangelho de Cristo.


De que forma podemos aplicar um uso prático de todos os princípios gerais que acabei de falar? Darei aos meus leitores um único e pequeno conselho, que merece sua total atenção.



Previno a todos aqueles que amam sua alma, a serem muito seletivos quanto à pregação que escutam regularmente e o lugar de adoração que geralmente frequentam. Aquele que se finca deliberadamente em qualquer ministério insalubre, não é um homem sábio. Nunca hesitarei em dar minha opinião quanto a isso. Sei bem que muitos acreditam ser chocante um homem renunciar sua igreja local. Não posso olhar com esses mesmos olhos. Vejo uma grande diferença entre um ensino imperfeito e um ensino falso; um ensino que erra em um lado secundário e um ensinamento que está em desacordo com a Escritura. Acredito que se uma falsa doutrina é pregada inequivocamente na igreja local, o cristão que ama sua alma está certo em não mais frequentar essa igreja. Escutar ensinos não bíblicos cinquenta e dois domingos por ano é muito grave, é um derramamento contínuo de veneno em nossa mente. Acredito ser praticamente impossível um homem teimosamente se submeter a isso e, ainda assim, não sofrer sequelas.


Vejo no Novo Testamento que somos chamados a por à prova todas as coisas e retermos o que é bom (I Ts 5:21). Vejo no livro de Provérbios o seguinte aviso: "se você parar de ouvir a instrução, meu filho, irá afastar-se das palavras que dão conhecimento" (Pv 19:27). Se essas palavras não justificam o abandono do homem a uma igreja que prega falsas doutrinas, então não sei que palavras justificam.


--Alguém acredita que frequentar sua igreja local é absolutamente necessário para a salvação? Se há alguém assim, que se manifeste e dê seu nome.


--Alguém acredita que ir à igreja salvará a alma do homem, mesmo ele sendo descrente e não conhecendo nada sobre Cristo? Se há alguém assim, que se manifeste e dê seu nome.


--Alguém acredita que ir à igreja ensinará o homem sobre Cristo, conversão, fé ou arrependimento, se esses nomes, além de serem raramente proferidos na igreja, são pessimamente explicados? Se há alguém assim, que se manifeste e dê seu nome.


--Alguém acredita que um homem arrependido, que acredita em Deus e é convertido e santificado, perderá sua alma simplesmente porque abandonou sua denominação e aprendeu sua religião em outro lugar? Se há alguém assim, que se manifeste e dê seu nome.


De minha parte, abomino ideias tão monstruosas e excessivas. Não vejo sequer um apoio a elas na Palavra de Deus. Acredito que o número de pessoas que as apoiam é mínimo.


Há muitas igrejas em que o ensino religioso é apenas um pouco melhor do que o da Católica Romana. Será que a congregação dessas igrejas deveria permanecer imóvel, contente e silenciosa? Claro que não. E por que? Porque, como Paulo, ela deve escolher a verdade em detrimento da paz.

Há muitas igrejas em que o ensino religioso é apenas um pouco melhor do que a moralidade. As doutrinas particulares do cristianismo nunca são claramente proclamadas. Platão, Sêneca ou Confúcio poderiam ter ensinado quase tanto quanto. Será que a congregação dessas igrejas deveria permanecer imóvel, contente e silenciosa? Claro que não. E por que? Porque, como Paulo, ela deve escolher a verdade em detrimento da paz.


--Estou usando uma linguagem forte para lidar com essa parte do assunto, sei disso.


--Estou escavando num solo delicado, sei disso.


--Toco em assuntos geralmente ignorados e silenciados, sei disso.


Digo o que digo pelo dever que tenho para com a igreja em que sou ministro. Acredito que o tempo em que vivemos e a posição da congregação exigem um sermão franco. Almas estão perecendo, em várias igrejas, em ignorância. Membros honestos da igreja estão desgostosos e perplexos. Não temos tempo para palavras mansas. Não sou desconhecedor dessas expressões mágicas, "ordem, divisão, separação, unidade, controvérsia", e assim por diante. Sei a paralisia e a influência silenciosa exercida por elas em nossas mentes. Também as ponderei calma e deliberadamente e, em casa uma delas, estou preparado para dar minha opinião.


(a) A igreja denominacional, em teoria, é admirável. Ela poderá trazer muitas bênçãos à nação, caso seja bem administrada e cuidada por ministros realmente espirituais, mas é inútil querer se apegar à denominação, quando o ministro dessa igreja denominacional é um desconhecedor do evangelho e ama o mundo. Em casos como esse, não devemos nos surpreender se um homem abdicar de sua denominação e buscar a verdade onde ela deve ser encontrada. Se o ministro não prega - tampouco vive – o evangelho, então a condição com a qual ele reivindica a atenção dos membros é violada e perde o direito a ser ouvido. É absurdo aceitar que o cabeça da família ponha em risco as almas de seus filhos, assim como a sua, pelo amor à “denominação”. Na Bíblia não há menção alguma sobre denominações e não temos o direito de exigir que os homens vivam e morram na ignorância, para que possam dizer no final: "Sempre frequentei minha igreja denominacional".


(b) Divisões e separações são mais repreensíveis na religião. Elas enfraquecem a causa do verdadeiro cristianismo e dão ocasião aos inimigos do cristianismo para blasfemar, mas antes que culpemos alguém por isso, devemos tomar cuidado para colocarmos a culpa onde realmente merece ser posta. Falsas doutrinas e heresias são ainda piores que divisão. Se as pessoas se separam do ensinamento que é falso e que não está contido nas escrituras, então devem ser aplaudidas, não reprovadas. Em casos assim, a separação é uma virtude, não um pecado. É fácil fazer comentários sarcásticos sobre “comichão nos ouvidos” e “amor entusiasmástico”; mas não é tão fácil convencer um leitor assíduo da Bíblia que é dever dele escutar falsas doutrinas todo domingo, quando, com um pouco de esforço, ele pode escutar a verdade.


(c) Unidade, sossego e ordem no meio dos cristãos professos são bênçãos maravilhosas. Elas dão força, beleza e eficiência à causa de Cristo, mas até o ouro pode ser comprado a um preço muito elevado. A unidade que é obtida sacrificando a verdade, não vale nada, não é essa a unidade que agrada a Deus. A Igreja de Roma vangloria-se de uma unidade que não merece esse nome, porque foi obtida por meio da eliminação da Bíblia das mãos do povo, amordaçando o julgamento particular, encorajando a ignorância e proibindo os homens de pensarem por si próprios. Como os antigos guerreiros exterminadores, a Igreja Católica Romana cria a solidão e chama-a de paz. Há sossego e tranquilidade demais na cova, porém não é o sossego da vida, mas da morte. Foram os falsos profetas que gritaram “paz”, quando não havia paz alguma.


(d) Controvérsia na religião é algo detestável. Já é difícil o suficiente lutar contra o diabo, o mundo e a carne, sem diferenças no nosso meio, mas há uma coisa que é ainda pior do que a controvérsias: a falsa doutrina sendo tolerada, permitida e aceita sem qualquer protesto ou incômodo. Foi a controvérsia que ganhou a batalha na Reforma Protestante. Se as posições dos homens estivessem corretas, é óbvio que não teria nem mesmo tido a reforma! Por preferir a paz, adoramos a Virgem e nos ajoelhamos às imagens e relíquias até os dias de hoje! Que vá embora toda essa ninharia! Há momentos em que a controvérsia não é apenas um dever, mas benefício. Antes, dê-me a forte tempestade, mas não a mortal malária. Esta caminha na escuridão, nos envenena no silêncio e não estamos nunca seguros; já esse amedronta e nos alarma por um curto período, mas acaba rápido e limpa o tempo. É um dever claro e bíblico batalharmos “pela fé uma vez por todas confiada aos santos” (Jd 1:3).


Sei que o que tenho dito aqui é bem desagradável a muitas mentes. Acredito que muitos estão satisfeitos com ensinamentos que não são totalmente verdadeiros e fantasiam que, no final, será tudo a mesma coisa. Sinto muito por esses. Estou convencido de que nada menos do que a verdade por completo está apta a fazer o bem às almas. Contento-me em saber que aqueles que aceitaram viver uma verdade pífia verão, no final, que suas almas foram muito danificadas. Há três coisas com as quais o homem não deve jamais brincar: um pouco de veneno, um pouco de falta doutrina e um pouco de pecado.


Estou ciente de que quando o homem expressa opiniões como essas que acabei de apontar, existem muitos dispostos a dizer: “ele não é fiel à Igreja”. Escuto imóvel a tais acusações. O dia do julgamento mostrará os que foram verdadeiramente amigos da Igreja e os que não foram. Nos últimos trinta e dois anos aprendi que se um ministro leva uma vida tranquila, deixa de lado a parte não convertida do mundo e prega de forma tal que não ofenda a ninguém e não edifique a ninguém, ele será chamado por muitos como um “bom pastor”.


Também aprendi que se um homem estuda as escrituras, trabalha continuamente para a conversão de almas, adere intimamente aos grandes princípios da reforma, carrega consigo um testemunho fervoroso contra o catolicismo e prega sermões poderosos, provavelmente será visto como um agitador ou “perturbador de Israel”. Deixe que os homens digam o que quiserem. Eles são os verdadeiros amigos da Igreja, que trabalham pela preservação da verdade.

Passo todas essas informações a vocês e peço que prestem grande atenção nelas. Eu lhes peço que nunca esqueçam que a verdade é muito mais importante para a Igreja do que a paz. Peço que estejam prontos para carregar os princípios expostos aqui e lutar, se for preciso, pela verdade. Se fizermos isso, então aprendemos algo sobre a Antioquia.

continua...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A falibilidade dos ministros (part 2)



continuação...

O exemplo do apóstolo Pedro na Antioquia não é o único. Foi apenas um paralelo de muitos casos que encontramos escritos para nosso aprendizado nas Sagradas Escrituras. Será que nos esquecemos de Abraão, o pai da fé, seguindo os conselhos de Sara e tomando a Hagar como esposa? Será que nos esquecemos de Arão, o primeiro sumo sacerdote, escutando os filhos de Israel e erguendo um bezerro de ouro? Será que nos esquecemos de Salomão, o mais sábio dentre os homens, permitindo que suas esposas construíssem um altar para suas falsas adorações? Será que nos esquecemos de Josafá, o bom rei, deteriorando-se para ajudar o perverso Acabe? Será que nos esquecemos de Ezequias, o bom rei, recebendo os embaixadores da Babilônia? Será que nos esquecemos de Josias, o último dentre os bons reis de Judá, partindo para lutar com Faraó? Será que não nos lembramos de Tiago e João, querendo que fogo descesse dos céus? Esses relatos merecem ser relembrados. Eles não foram escritos sem motivo e clamam ardentemente, “Não há infalibilidade!". Quem não enxerga, quando a história da Igreja de Cristo é lida, repetidas provas de que o melhor dos homens pode errar? Os primeiros Pais da Igreja eram zelosos, conforme seu conhecimento, e estavam prontos para morrer por Cristo, mas muitos deles defenderam ritualismos e quase todos plantaram as sementes das supertições. Os Reformados foram instrumentos honrosos nas mãos de Deus por reavivar a verdade na terra. Ainda assim, com muita dificuldade podemos nomear algum dentre eles que não cometeu um grave erro. Martinho Lutero defendeu fortemente a doutrina da consubstanciação, acreditando que durante a comunhão, o pão e o vinho se transformavam verdadeiramente no corpo e no sangue de Cristo.


Melancthon era costumeiramente tímido e indeciso. Calvino permitiu que Serveto fosse queimado.[1] Cranmer abjurou e desviou-se por um tempo de seu primeiro amor. Jewell aprovou as doutrinas da Igreja Católica Romana por temer a morte.[2] Hooper agitou a Igreja da Inglaterra ao exigir o uso das vestimentas religiosas para ministrar.[3] Os puritanos, mais tarde, denunciaram a liberdade e autonomia cristãs como doutrinas vindas das profundezas do inferno. Wesley e Toplady, no século passado, trataram-se asperamente com linguagens vergonhosas. Irving, nos nossos dias, entregou-se à ilusão de falar em línguas[4]. Todos esses erros clamam em alto e bom som. Eles são um sinal de advertência à Igreja de Cristo. Eles dizem, “Não confiem no homem, não chamem nenhum homem de mestre, não chame nenhum homem de pai espiritual na terra, não deixe que o homem se glorie no próprio homem, mas que se glorie no Senhor”. Eles clamam ardentemente, “Não há infalibilidade!".


Todos nós precisamos dessa lição. Somos todos naturalmente inclinados a apoiar-nos no homem que podemos ver, antes que em Deus, que não vemos. Naturalmente amamos nos apoiar nos ministros da Igreja, antes que no Senhor Jesus Cristo, o grande Pastor e Sumo Sacerdote, que é invisível. Precisamos estar continuamente de guarda.

Vejo essa tendência em apoiar-se no homem em todo lugar. Não conheço nenhum ramo da Igreja Protestante que não requer que nos alarmemos nesse ponto. É uma cilada para o cristão escocês atribuir sua fé a John Knox; para os metodistas dos nossos dias, honrar a memória de John Wesley é uma armadilha. Tudo isso é embuste, e quantos já não caíram nele!

Naturalmente, todos nós amamos ter um papa à nossa maneira. Já estamos suficientemente alienados para pensar que, pelo fato de um grande ministro ou um homem erudito ter dito algo ou porque nosso próprio ministro, a quem amamos, pregou, então deve estar certo, mesmo sem examinarmos se é bíblico ou não. Muitos homens não gostam de ter que pensar por si próprios, eles gostam de seguir um líder. São como uma ovelha, quando uma vai para o morro, as demais seguem. Em Antioquia, até Barnabé se deixou levar. Podemos muito bem imaginar um homem dizendo, “Um velho apóstolo como Pedro, certamente não pode estar errado. Seguindo-o, não posso errar”.

Agora vejamos quais lições práticas podemos aprender dessa parte de nosso sermão.

(a) Primeira lição, aprendamos a não colocar confiança em opiniões humanas, simplesmente porque esses viveram há muitos anos.

 Pedro foi um homem que viveu nos tempos de Cristo e, mesmo assim, cometeu erros. Há muitos que falam demais nos dias presentes sobre a voz da Igreja primitiva. Eles querem que acreditemos que aqueles que viveram mais próximos dos tempos dos apóstolos, conheceram mais sobre a verdade do que nós. Não há fundamentação para uma opinião dessas. A maioria dos escritores antigos da verdadeira Igreja de Cristo está frequentemente em desacordo um com o outro, eles constantemente mudavam de ideia e retratavam suas opiniões antigas e muitas vezes escreveram sobre assuntos bobos e fracos, mostrando enorme ignorância em suas explicações sobre as Escrituras. É vão esperar encontrá-los sem pecado algum. Infalibilidade não será encontrada nos primeiros sacerdotes, mas na Bíblia.

(b) Segunda, aprendamos a não por confiança implícita na opinião de um homem, simplesmente porque ele é um ministro. Pedro era um dos cabeças dos Apóstolos e, ainda assim, cometeu erros.

Esse é um ponto no qual homens tem continuamente se perdido. É a pedra na qual a Igreja primitiva se chocou. Os homens logo começaram a seguir os dizeres: "Não faça nada contrário à mente do ministro". Entretanto, o que são ministros, pregadores e diáconos? O que são grandes ministros, senão homens – pó, cinza e barro - homens de paixões, como nós; homens à mercê de tentações e homens sujeitos a fraquezas e enfermidades? O que as Escrituras pregam? “Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um” (I Co 3:5).


Ministros constantemente conduziram a virtude a ermo e decretaram ser verdade aquilo que era falso. Os maiores erros começaram por meio de ministros. Hofni e Finéias, os filhos do sumo sacerdote Eli, fizeram com que a religião fosse abominada pelos filhos de Israel. Anás e Caifás, apesar de estarem na linha direta de descendentes de Arão, crucificaram o Senhor. É absurdo supor que homens ordenados não podem cometer erros. Devemos segui-los enquanto estiverem de acordo com a Bíblia, mas não além disso. Devemos acreditar neles até quando puderem dizer: “Deste modo está escrito, deste modo diz o Senhor”, mas, além disso, não devemos prosseguir. Infalibilidade não será encontrada nos primeiros sacerdotes, mas na Bíblia.


(c) Terceiro, aprendamos a não por confiança implícita na opinião do homem, simplesmente por ele ser instruído. Pedro foi um homem com dons milagrosos e conseguia falar em (na época, válido) línguas, mas, mesmo assim, podia errar.



Esse ponto é um em que muitos se enganam. Essa foi a rocha contra a qual os homens se choraram na Idade Média. Homens olharam para Tomás de Aquino e Pedro Lombardo - e para vários outros companheiros - como seres inspiradores. Chegaram a dar cognome a eles, como sinal de admiração. Eles falavam sobre o pregador “incontestável”, o ministro “angelical”, o pastor “incomparável" e pareciam acreditar que tudo o que esses ministros falavam era verdade! Mas de que importa ser o homem mais instruído, se não tiver sido ensinado pelo Santo Espírito? O que é ser o mais douto sobre todas as divindades, senão um homem falível, um pecador, no seu melhor? Vasto conhecimento de livros e grande ignorância no tocante à verdade de Deus, podem andar lado a lado. Já fizeram isso, ainda fazem e continuarão fazendo o tempo o todo. Ouso dizer que os dois volumes de “Memórias e Sermões de Robert McCheyne” trouxeram muito mais benefício à alma humana do que qualquer livro escrito por Origenes ou Cipriano.


Não duvido que o volume de John Bunyan "O Peregrino", escrito por um homem que mal conhecia livros, a não ser sua Bíblia, e não falava grego nem latim, provará no último dia ter feito mais pelo mundo do que todos os trabalhos de um professor reunidos. Aprender é um dom que não se pode desprezar. Será um péssimo dia, quando livros não foram valorizados na igreja. Todavia, é interessante perceber quão vasta pode ser a capacidade intelectual de um homem, mas, mesmo assim, conhecer tão pouco sobre a graça de Deus. Não tenho dúvidas de que as autoridades de Oxford, no ano passado, conheciam mais hebraico, grego e latim do que Wesley ou Whitefield, entretando, sabiam muito pouco sobre o evangelho de Cristo. Infalibilidade não será encontrada nos primeiros sacerdotes, mas na Bíblia.


(d) Quarto, cuidemos para que não ponhamos uma confiança implícita nas opiniões de nosso ministro, por mais religioso que seja. Pedro era um homem de muitíssima graça, mas, ainda assim, errou.



Seu ministro pode ser um homem de Deus e digno de toda honra por suas pregações e exemplo, mas não faça dele um papa. Não coloque a palavra dele no mesmo patamar que a Palavra de Deus; não o estrague por meio de adulações; não permita que ele pense que não comete erros; e não descarregue todo o seu peso na opinião dele, ou você sentirá por si próprio que ele pode errar.


Está escrito que Joás, rei de Judá, fez “o que era reto aos olhos do Senhor, todos os dias do Sacerdote Joiada” (2 Cr 24:2). Joiada morreu, e então morreu a religião de Joás. Digo-lhe isso para que sua religião não venha a morrer juntamente com a morte de seu ministro. Ele pode mudar, assim como sua religião também. Ele pode ir embora, e sua religião também.

Por isso, não se satisfaça com uma religião construída no homem! Não se contente em dizer “Eu tenho esperança, porque meu ministro me disso assim e assim". Busque estar apto para dizer “Eu tenho esperança, porque vejo isso e isso escrito na Palavra de Deus". Se você quer uma paz sólida, então precisa ir por conta própria à fonte da verdade. Se você quer um conforto permanente, então precisa visitar a fonte da vida por conta própria e beber da água fresca para refrigerar sua alma. Ministros podem deixar a fé, a igreja pode se dividir, mas aquele que tem a Palavra de Deus no seu coração, tem um alicerce sob seus pés que jamais falhará. Honre seu ministro como embaixador fiel de Cristo, estime-o com amor pelas suas obras, mas nunca esqueça que infalibilidade não é encontrada nele, mas na Bíblia.

Tudo o que foi falado aqui, merece ser lembrado. Gravemos esses pontos em nossas mentes, e assim teremos aprendido uma lição com a Antioquia.

continua...